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Este blog tem por objetivo proporcionar aos Discentes da Disciplina de Prática do Ensino Superior da ESURP, um espaço para a construção do conhecimento, possibilitando o livre debate em torno das Práticas Pedagógicas e do Processo de Ensino-Aprendizagem.
Boa noite, professor Vilaça!
ResponderExcluirGostaria de iniciar este trabalho, colocando minha opinião muito pessoal, pessoal mesmo, acerca de ensinar. Existem professores em sala de aula, desde o ensino infantil ao superior que não têm VOCAÇÃO NENHUMA PARA ESTAR INSERIDO NA SALA DE AULA. Ensinar não se aprende, ensinar é vocação. É algo que está inrraigado. Pois, já tive a experiência de conviver e trabalhar com certos professores que escolheram a profissão simplesmente para não faltar o pão de cada dia. Interessante que ao longo da minha vida escolar, ainda presenciei ao terminar o ensino fundamental II (antigo ginásio) a indagação de muitos ao me perguntarem: vai fazer magistério ou contabilidade? Eu disse: - nenhum dos dois, vou fazer o científico (hoje, ensino médio). E eu via que minha resposta causava espanto a muitos. Pois, mulher por obrigação tinha que fazer magistério... absurdo!
Sou turismóloga e tive a oportunidade de pagar uma cadeira de Direito Aduaneiro com um professor advogado que não tinha feeling nenhum com a turma, ética profissional nenhuma e observei que como ela estava fora do mercado na área dele, ele achou mais fácil e simples, ensinar. Não gostei, pois foi um professor que não fazia a DIFERENÇA EM SALA.
Acerca do conceito de competência, muito se ouve falar em desenvolver competências, na faculdade, no trabalho e etc. Encontrei ao ler a entrevista de Perrenoud uma definição para mim mesma, que diz: é um conjunto de recursos cognitivos para solucionar várias situações. E por isso, temos que desenvolver competências adaptadas ao nosso mundo, ao nosso cotidiano. Acredito de forma esplêndida que é possível sim desenvolver competências, uma vez que o professor ame o que ele faça e leve muito a sério o fazer brotar conhecimentos em seus alunos. Pois, Perrenoud deixou bem claro quando falou: como levar os professores habituados a cumprir rotinas a repensar sua profissão?
Rubem Alves, em seu livro: A maçã e outros sabores diz uma coisa muito interessante que guardei comigo: "A memória é poder estranho. Ela guarda coisas nas suas gavetas, coisas que nem sabemos que existem. Não adianta tentar abrir as gavetas. Elas não abrem. Elas só abrem quando querem. E me detenho ao fim dessa frase: “Elas só abrem quando querem”, pois desenvolver competências, o educador tem que estar aberto aos desafios e muitos deles estão com suas gavetas fechadas e não se esforçam para abrí-las. É preciso desenvolver estratégias e objetivos, onde exige um trabalho sobre sua própria relação com o saber. E ao final da entrevista, pude perceber que o objetivo principal é democratizar o acesso ao saber e às competências. E como diz Perrenoud: “Todo o resto não senão um meio de atingir esse objetivo”.
Portanto, parabenizo à você professor Vilaça, na idéia e ousadia de nos levar uma entrevista tão enriquecedora e polêmica.
Karla Gameiro.
Cara Karla,
ResponderExcluirAcabei de ler seu comentário. Parabéns... Você está no caminho certo. Sua percepção demonstra que o processo de ensino-aprendizagem está ocorrendo de forma eficaz...
Estou realmente entusiasmado com a participação de todos vocês em sala de aula e no nosso BLOG...
Aguardo ancioso a nossa próxima aula...
Um abraço,
Prof Vilaça
Para absolutamente tudo na nossa vida precisamos de competências, precisamos de várias habilidades que nos permitem fazer determinada ação. Talvez quando se fale de competências se pense logo no trabalho de um médico cirurgião, ou de um engenheiro, enfim, trabalhos que exigem muita responsabilidade. Mas a competência não está só nisso, está também em atividades mais simples como, por exemplo, atravessar a rua.
ResponderExcluirCada situação que nos é imposta nos estimula a usar algum tipo de competência. Para sobrevivermos no nosso meio ambiente precisamos saber interpretá-los e aí reside a mais valiosa das competências. E é aí que entra a escola. Junto a outras instituições e com o aprendizado adquirido com as próprias experiências, a escola é responsável por desenvolver competências para a sobrevivência do indivíduo.
Porém, o ensino básico hoje é mais voltado para o aluno ser capaz de dar continuidade ao mesmo e não para as interpretações de situações complexas da vida. O desenvolvimento de competências precisa ser treinado e a escola falha justamente em não dar importância a essa prática. Aprende-se o suficiente para passar de ano, mas aquele conhecimento é inútil fora da escola.
Quando se vai ter um ensino prolongado isso não é tão grave, mas no Brasil, onde, por exemplo, no nordeste, se estuda em média oito anos sair da escola sem poder aplicar o que foi ensinado é preocupante. O ensino deve ser mais voltado para as práticas sociais, voltado para as situações que as pessoas inevitavelmente encontrarão no seu dia-a-dia. Cabe ao professor observar seus alunos, analisar suas particularidades e aproveitar suas aptidões ao seu favor. O estudo precisa ser mais abrangente com o uso da interdisciplinaridade, com saber trabalhar em grupo, saber superar conflitos, conviver com regras etc.
Nesse contexto o professor exerce um papel fundamental, mas ele sozinho não faz nada, o sistema de ensino como um todo precisa ser mudado. O desafio do professor está em levar os professores a repensar seu papel como educadores e fazer com que eles se desprendam dos métodos tradicionais. O professor deve envolver os alunos e mostrar o sentido das atividades.
O professor, antes da técnica, precisa saber se reconhecer como professor e encontrar suas próprias competências. O professor tem que estar aberto para aprender com os alunos e com as suas experiências.
As avaliações tem que estar em consonância com as aulas, devem ser atividades contextualizadas, sem tempo fixo, exigindo a colaboração entre os alunos e principalmente deve exigir a utilização funcional dos conhecimentos trabalhados.
Tudo isso requer tempo para que dê frutos. A mudança começa pela escola, passa pelos professores até chagar aos alunos e seus familiares. Depois disso é preciso ver sair as primeiras gerações que usaram esses modelos para aí sim poder notar as diferenças nas pessoas.
Esse modelo exposto por Philippe Perrenoud se baseia na construção das competências das crianças para a vida prática em sociedade. Ele é mais um dos estudiosos que defende uma educação diferenciada para a construção de um ensino mais eficiente. A teoria dele de ajudar as crianças a criarem competências que elas possam usar no seu dia a dia é interessante e realmente faz todo o sentido, principalmente se levarmos em conta as condições sociais e educacionais do nosso país.
Perrenoud tem uma teoria consistente e bem fundamentada que trás luz a uma série de questionamentos importantes para o desenvolvimento das práticas educacionais. Gostaria de ser criança quando essas teorias forem uma realidade nas escolas para ter experiências tão ricas.
Camila Nascimento
Concordo com a colega Karla, ensinar é mesmo um dom e não são todas as pessoas que estão aptas a fazê-lo. Ao longo da minha vida estudantil também tive professores que não contribuíram em nada para o meu aprendizado, e acho que todos nós temos uma história assim para contar.
ResponderExcluirMas detendo-me a entrevista com Perrenoud e ao que foi debatido em sala de aula, acho que precisamos da escola sim para sermos alfabetizados, para termos noções de cidadania, etc., mas sou daquelas que acha que a VIDA ENSINA. "O objetivo da escola não deve ser passar conteúdos, mas preparar - todos- para uma vida em uma sociedade moderna". Achei que esse primeiro parágrafo do texto sintetiza tudo. Ao longo da vida desenvolvemos competências que não necessariamente aprendemos na escola. São saberes, capacidades, informações que aplicamos no nosso dia a dia. Como o próprio Perrenoud coloca, o ser humano desenvolve competências adaptadas ao seu mundo, porém o educador precisa, de fato, observar antes de mais nada, pois cada pessoa tem competências diferentes e que podem ser "trabalhadas" em cada um. Todos são diferentes, com ritmo de aprendizado diferente, com históricos de vida diferentes e isso precisa ser levado em conta. É claro que o professor não pode se dedicar a apenas uma pessoa, mas ele deve, dependendo da situação, dar um pouco mais de atenção a certos casos.
Sobre o professor e a prática de ensino, hoje ele tem muito mais recurso para passar o conteúdo e não tem porque ele seguir os métodos tradicionais. Um professor com métodos desatualizados causa certa insegurança no aluno por parecer que ele não se inseriu ainda no contexto tecnológico. Felizmente, os do ensino superior tem buscado formas alternativas de praticar este ensino através de outras ferramentas. Uma pedagogia ativa mobiliza os alunos e o ensino é praticado de forma mais dinâmica, despertando mais o interesse pela disciplina. É fundamental que o professor se coloque em sala de aula com o perfil de aprendiz também. Afinal, a troca de experiência suscita o saber.
Comentário por Vanessa Duca:
ResponderExcluirTexto muito complexo a entrevista de Perrenoud é um verdadeiro mapa para o educador ou mesmo para qualquer escola que quer trabalhar por competências.O papel da escola perdeu-se no caminho e na essência do que dever ser pois existe uma pedra no caminho.O vestibular.Existe forma mais tradicional, sem sentido do que todo aquele lixo que o adolescente é obrigado a decorar para passar? Como deixar espaços para conduzir projetos e definir estratégias, se os pais cobram da escola aulas, aulas e aulas? A verdadeira essência do ambiente escolar deveria ser formar cidadãos funcionais, capazes de resolver problemas concretos.Todas as escolas modernas procuram adotar a aprendizagem por competências, porém na prática , a pedagogia moderna apenas usa a maquiagem das palavras para demonstrar que estão antenadas com os temas top de linha da atualidade.O entrevistado também aponta que as escolas colocam nas costas do professor a responsabilidade de trabalhar com novas técnicas, contudo, não mudam sua estrutura .Os conteúdos ainda são muito importantes na avaliação dos pais sobre uma escola.Por outro lado,existe a dificuldade do próprio professor em mudar sua prática pedagógica, desafiando os alunos com novas propostas de aula e uma nova rotina.Vale salientar que Perrenoud não diz que deve-se abandonar às disciplinas que estruturam o ensino, nem tampouco as avaliações. Estas devem passar longe da avaliação como a conhecemos hoje, e sim deve ser o norte e apontar o que realmente importa.Deve avaliar a competência que foi adquirida e corrigir o que realmente é importante na construção de habilidades e competências.
RESENHA SOBRE ENTREVISTA COM PHILLIPPE PERENOUD SOBRE TEMA: A ARTE DE CONSTRUIR COMPETÊNCIAS
ResponderExcluirCom a frase “O objetivo da escola não deve ser passar conteúdos, mas preparar – todos – para uma vida em uma sociedade moderna”, Phillippe Perenoud iniciou sua entrevista, onde discorreu sobre Competência na educação, partindo do princípio que Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos(saberes, capacidades, informações, etc), para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.
No contexto escolar, se prioriza os recursos quando se trata de formar competências, se valoriza os conhecimentos disciplinares em detrimento às questões sociais. A proposta atual do conceito competência está fundamento em :
• Transparência e mobilização das capacidades precisam serem trabalhadas e treinadas;
• A escola não aprofunda a transparência e a mobilização, treinamento não é suficiente para aqueles que freqüentam a escola por um curto espaço de tempo;
Com relação às competências que os alunos devem adquirir, ele explica que é uma escolha da sociedade que define um padrão a ser seguido, de tempos em tempos e muitas vezes camuflam sob o nome de competência, as mesmas funções com novo formato.
Ele apresenta as competências fundamentais para autonomia das pessoas segundo sua ótica, critica o atual sistema educacional, que exige esforços sobre humanos dos professores, sugere mudança de peso dos conteúdos disciplinares e uma avaliação formativa certificada orientada para competência. Para modificar esta prática, deve-se trabalhar por projetos e problemas, propor tarefas complexas e desafios para estimular os alunos a mobilizarem seus conhecimentos.
Quando se trata da capacidade dos professores para orientar os alunos sobre competência, ele aconselha que eles tenham postura reflexiva, capacidade para observar, regular, inovar, aprender com os outros.
Nos quesitos disciplinas e avaliação, ele sugere não acabar com elas, mas reformá-las e adequá-las a cada estágio de aprendizado preservando um tempo para desenvolvimento de projetos, sendo essa última também um excelente recurso, indicado para avaliação por competência.
Ele também alerta que, uma mudança como essa na educação levará anos para se concretizar, caso seja um trabalho sério, pois se trata de uma verdadeira revolução cultural.
Ele não vê com muito otimismo, pelo menos a curto prazo, sucesso desse novo conceito no cenário brasileiro, em função das dificuldades para formação de professores e escolarização de crianças e adolescentes em todas as regiões diante da desigualdade cultural desses centros.
COMENTÁRIO:
A arte de construir competência consiste na capacidade de aglutinar conhecimentos e utilizá-los na vida, na sociedade, contribuindo para melhoria dos processos.
Por ser um conceito novo está passivo de resistência, críticas e encontra dificuldade para se assimilado pela sociedade, pois vai de encontro a valores e padrões engessados e arraigados cultura tradicional.
Essa mudança de paradigma exige mudanças, muito esforço para descontrução de valores ultrapassados. No segmento educacional não é diferente e, por vezes, até mais difícil, pois vai de encontro ao ensino tradicional que dita as normas nas escolas pública e particulares.
PLOTADO POR: Socorro Fernandes
Perreund nos fala que a competência, permite mobilizar conhecimentos a fim de se enfrentar uma determinada situação, a capacidade de lançar mão dos mais variados recursos, de forma criativa e inovadora, no momento e do modo necessário. É ter conhecimento adquirido colocando em prática, criatividade, a capacidade e juntar seus saberes e aplicar na vida.
ResponderExcluirAlguma escola não tem a preocupação de ligar os recursos a certas situações da vida, ela simplesmente passar todo seu conteúdo, contentam-se em formular os programas tradicional, colocando um verbo de ação na frente dos saberes disciplinares Sabe-se que mobilização das capacidades e dos conhecimentos não vem por acaso, é preciso treiná-lo, os alunos acumulam saberes, passam nos exames, mas não conseguem mobilizar o aprenderam. As escolas têm que investir em qualidade de ensino, porque a exigência por profissionais com atitudes e características em sintonia com essa nova realidade que se apresenta é cada vez maior, independentemente do nível ou função que esse exerce ou venha a exercer no mercado de trabalho. Para formar verdadeiras competências durante a escolaridade geral, necessita-se de uma considerável transformação dos professores com o saber, de sua maneira de dar aula, de sua identidade e de suas próprias competências profissionais.
A construção da competência em educação vem sofrendo um amplo questionamento por parte dos educadores, a escola tem a missão prioritária de desenvolver a inteligência como capacidade de adaptação às diferenças e às mudanças. Nos países em desenvolvimento as metas não são as mesmas que nos países hiper escolarizados. A pesquisa da UNESCO observa que dentre as crianças que têm chance de ir à escola somente alguns anos, uma grande parte sai sem saber utilizar as coisas que aprenderam, porque não houve uma boa preparação de ensino para ser usado ao longo da vida.
O autor diz que as mudanças para o papel do professor não basta exigir do professor se o sistema educativo não faz nada além de adotar a linguagem das competências, sem nada mudar de fundamental. O mais profundo indício de uma mudança em profundidade é a diminuição de peso dos conteúdos disciplinares e uma avaliação formativa e certificativa orientada claramente para as competências.
Para a mudança de modo geral é preciso trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incentive os alunos a mobilizar seus conhecimentos, o professor tem amar o faz.
O papel da escola a avaliar seriamente as competências com autenticidade, essas mudanças passarão por uma espécie de revolução cultural que será vivida pelos professores, alunos e pais.
O texto tem uma linguagem complexa, mas passa informação sobre a importância da educação na sociedade. A leitura do texto foi construtiva, baseado na formação de aprendizagem por competência.
valdelucia
Em sua entrevista Perrenoud aponta para um caminho onde a formação dos educadores deve ter como referencial um consenso amplo apoiado em competências, tratando os conhecimentos como recursos, onde é preciso que as competências profissionais estejam além do domínio acadêmico dos saberes a ensinar e que as dimensões transversais da profissão docente sejam honradas, considerando toda realidade das práticas em sua diversidade na vida cotidiana de professores e de alunos.
ResponderExcluirPerrenoud ainda idealiza que a dimensão reflexiva deve ser inscrita na própria concepção das competências, juntamente com a participação crítica e a interrogação ética, para que haja o desenvolvimento de um discernimento profissional.
A competência só pode ser constituída na prática. Não é só o saber, mas o saber fazer. Aprende-se fazendo, numa situação que requeira esse fazer determinado. Esse princípio é crucial para a educação. Se quisermos desenvolver competências em nossos alunos, teremos de ir além do ensino para memorização de conceitos abstratos e fora de contexto. É preciso que eles aprendam para que serve o conhecimento, quando e como aplicá-lo.
Assim sendo o professor em primeiro lugar terá de identificar em si mesmo as próprias competências, para então mobilizá-las a prática profissional e social, uma vez que essa não se limitam ao emprego nas instituições de ensino.
O educador competente deve levar em conta as características do aprendiz para o planejamento e desenvolvimento das situações de aprendizagens coerentes ao seu público. Cabe ao professor desempenhar seu papel de facilitador do processo de aprendizagem, para a descoberta e construção do conhecimento pelos alunos, para tanto o professor em primeiro lugar terá de identificar em si mesmo as próprias competências, e então mobilizá-las para a prática profissional e social.
Mariana Bandeira
Segundo o autor, a descrição de cada competência deve partir da análise de situações específicas mobilizando um conjunto de recursos cognitivos, que envolvem saberes, capacidades, informações, entre outros, a fim de solucionar, de maneira eficaz, uma série de situações.
ResponderExcluirA abordagem por competência também é utilizada quando Perrenoud fixa objetivos na formação profissional do professor, onde ele relaciona o que é imprescindível saber para ensinar bem numa sociedade em que o conhecimento está cada vez mais acessível:
• empatia;
• saber gerenciar a classe como uma unidade coletiva;
• saber organizar o trabalho dentro dos mais variados tipos de possibilidades (ciclos, projetos da escola);
• saber cooperar com os colegas, os pais e outros adultos;
• saber conceber e dar vida aos dispositivos pedagógicos complexos;
• saber suscitar e animar as etapas de um projeto como forma de trabalho regular;
• saber identificar e modificar aquilo que dá ou tira o sentido aos saberes e às atividades escolares;
• saber criar e gerenciar situações problemas, identificar obstáculos, analisar e reordenar as tarefas;
• saber observar os alunos nos trabalhos;
• saber avaliar as competências em construção.
Perrenoud destacou também que, quando a escola se preocupa em formar competências geralmente dá prioridade a recursos, priorizando a transferência de conteúdo em detrimento às formas de colocar essas competências em prática em situações complexas. Ele citou um exemplo prático, quando uma escola é questionada sobre o motivo pelo qual se ensina determinada matéria a resposta é geralmente apoiada nas exigências do programa do curso. Em contrapartida, quando se faz referência à vida, as competências tomam uma outra dimensão, pois serão colocadas para a formação de cidadãos capazes de guiar as suas próprias vidas.
Para se trabalhar competências é preciso treinamento fundamentado em didáticas e situações apropriadas, o que exige tempo. Na escola isso não é trabalhado da maneira correta e os alunos apenas acumulam saberes para passar nos exames, sem a capacidade de mobilizar tudo o que aprenderam em situações reais do dia-a-dia (trabalho, família, lazer, vida social). As competências não dão as costas para os saberes, mas não se pode pretender desenvolvê-las sem dedicar o tempo necessário para que sejam colocadas em prática.
Em relação ao tipo de avaliação a partir das competências, Perrenoud ressaltou os princípios de avaliação autêntica, elaborada por Wiggins, que prevê:
• não inclui nada além das tarefas contextualizadas;
• diz respeito a problemas complexos;
• deve contribuir para que os estudantes desenvolvam ainda mais suas competências;
• exigir a utilização funcional dos conhecimentos disciplinares;
• não deve haver nenhum constrangimento de tempo fixo quando da avaliação das competências;
• a tarefa e suas exigências são conhecidas antes da situação de avaliação;
• exige uma certa forma de colaboração entre os pares;
• leva em conta as estratégias cognitivas e metacognitivas utilizadas pelos estudantes;
• a correção não deve levar em conta o que não sejam erros importantes na ótica da construção de competências.
No meu ponto-de-vista, Perrenoud trouxe à tona a discussão do profissionalismo dos professores e o papel da escola na construção das competências, a partir do momento em que ele incentiva a postura reflexiva em relação aos padrões e conceitos antigos. São muitas as dificuldades encontradas numa sala de aula, mas elas podem ser superadas após uma reflexão sobre os erros e acertos, o primeiro passo para a evolução. Neste processo de (re) aprendizagem, é fundamental destacar uma qualidade presente em toda a entrevista de Perrenoud, embora não citada explicitamente, à qual o professor jamais deve abrir mão: a sensibilidade.
Luiz Roberto de Oliveira
De acordo com Perrenoud em seus comentarios é de grande importancia para todos que queiram lecionar, tem que está sempre reciclando para melhorar os seus conhecimentos e técnicas de ensino onde bem sabemos que ensinar é uma prática extremamente complexa. Uma palavra chave é a competência Se o professor, não tiver a competência e amor à profissão e estar sempre aprimorando todo esse conjunto ele nunca vai ter um total domínio para lecionar. Pois competência o Perrenoud comenta em um dos seus livros que para lecionar tem que ter as dez competências abaixo:
ResponderExcluir1) Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2) Administrar a progressão das aprendizagens;
3) Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4) Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5) Trabalhar em equipe;
6) Participar da administração escolar;
7) Informar e envolver os pais;
8) Utilizar novas tecnologias;
9) Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10) Administrar a própria formação;
Com relação ao debate em sala de aula foi bastante proveitoso e o que chamou mais a minha atenção foi o espanto por parte de alguns alunos após o termino da apresentação.
Entrevista com Perrenoud – A arte de construir competências.
ResponderExcluirPerrenoud criou um conceito novo para a palavra competência, que seria a capacidade de juntar saberes para usar na vida prática. Os seres humanos não vivem todos as mesmas situações e portanto desenvolvem competências adaptadas ao seu mundo. As competências podem ou não desenvolver-se na escola pois elas estão diretamente ligadas aos contextos culturais, profissionais e condições sociais.
A Escola se preocupa em formar competências mais preocupa-se mas com os ingredientes de certas competências e bem menos em colocá-los em prática. Assimilam-se conhecimentos disciplinares mais não tem a preocupação de ligar esses recursos a certas situações da vida. Ensina-se a contar para resolver problemas, a gramática para redigir textos. Os alunos acumulam saberes, passam nos exames mais não conseguem mobilizar o que aprenderam em situações reais como no trabalho e fora dele. A abordagem por competências é uma maneira de levar a sério, em outras palavras, uma problemática antiga, aquela de transferir conhecimentos.
Perrenoud fez um exercício para identificar as competências fundamentais para a autonomia das pessoas, chegando a oito categorias: saber identificar; avaliar e valorizar suas possibilidades; seus direitos, seus limites e suas necessidades; saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias, individualmente ou em grupo; saber analisar situações ; saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva e partilhar liderança; saber construir e estimular organizações, saber gerenciar e superar conflitos; saber conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las; saber construir normas negociadas de convivência.
Nas práticas da educação é preciso parar de pensar a escola básica como uma preparação para os estudos longos, deve-se enxergá-la, ao contrário, como uma preparação de todos para a vida, aí compreendida a vida da criança e do adolescente, que não é simples. É inútil exigir esforços sobre humanos ao professores se o sistema educativo não faz nada além de adotar uma linguagem das competências, sem nada mudar de fundamental. Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá-los.
Antes de ter competências técnicas, o professor deveria ser capaz de identificar e valorizar suas próprias competências, dentro de sua profissão e dentro das outras práticas sociais. O principal recurso do professor é a sua postura reflexiva, sua capacidade de observar, de regular, de inovar, de aprender com os outros, com os alunos, com a experiência.
As disciplinas dentro do novo conceito de competências não devem ser renunciadas, pois são os campos do saber estruturados e estruturantes.
O objetivo principal desta mudança é democratizar o acesso ao saber e às competências. Todo o resto é senão um meio de atingir esse objetivo.
Devemos ter competência para com a vida, para com o trabalho, para com a família, para com os amigos, já diz o ditado, “quem não tem competência não se estabelece”, ditado antigo e tão atual, quando a gestão por competência, o ensino por competência é o marco de um novo modelo empresarial e educacional.
É claro que podemos desenvolver competências para ensinar e tornar estas competências uma prática de vida. Uma escola pública aqui de Pernambuco no município de Quixaba está concorrendo a um prêmio nacional em Gestão Escolar e o que mais nos espanta são as condições para que este aconteça, muita precariedade estrutural, onde a seca castiga. Os professores desta escola criaram competências para um novo ensino, um novo aprendizado onde o número de evazão e repetência escolar chega a quase zero. Eles resumem esta façanha em três palavras: “valores pregados todos os dias: organização, disciplina e planejamento”.
Antonieta Miranda
Comentário:
ResponderExcluirAcredito que podemos desenvolver grande parte das competências para ensinar, pois segundo a definição de Perrenoud, a competência é a aptidão para utilizar vários recursos cognitivos para resolver de forma conveniente e eficaz uma série de situações. Porém, assim como ocorre na maioria das profissões em todas as áreas, é preciso que haja identificação, amar saber pelo saber. Não é raro encontrarmos professores, até mesmo em universidades, que apesar da ótima formação acadêmica, não conseguem ensinar de maneira satisfatória.
Na minha opinião, a escola é necessária para nossa formação, porém no que diz respeito a desenvolver competências que precisam ser treinadas, ela falha, pois está voltada a passar conteúdos visando a preparação para vestibular para dar continuidade ao ensino e não para interagir com a sociedade. Para um estudo a longo prazo, não é tão grave. Mas na nossa realidade, grande parte das pessoas não têm oportunidade de chegar nem no ensino secundário. E tudo o que elas conseguiram assimilar na escola não conseguirão aplicar na sua vida prática daí a necessidade da reforma do ensino.
Concordo com a frase de Perrenoud "O objetivo da escola não deve ser passar conteúdos, mas preparar - todos- para a vida em uma sociedade moderna". As escolas modernas que visam formar competências acabam por cair na cilada de reformular a nomenclatura mantendo o mesmo conteúdo. O grande desafio dos professores é mudar sua prática, adotando novos modelos de aulas, novas atitudes, como por exemplo, se por na condição de aprendiz junto com os alunos, e adotar uma nova forma de avaliação, como por exemplo, através tarefas contextualizadas que estimulam a aplicabilidade das competências. Acredito que isto um dia irá acontecer nas escolas um dia, mas num futuro muito distante, as universidades já estão mais adiantadas neste processo e isso é um grande começo.
OBS: Não consegui postar meu resumo junto ao comentário. Está logo abaixo.
Cristiana Varanda.
RESUMO: ENTREVISTA COM PHILIPPE PERRENOUD
ResponderExcluirA ARTE DE CONSTRUIR COMPETÊNCIAS
Para Perrenoud, o objetivo da escola não deve ser passar conteúdos, mas preparar todos para interagir em uma sociedade moderna. Ele define competência como sendo a aptidão para utilizar vários recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.) para resolver de forma conveniente e eficaz uma série de situações. Grande parte das competências desenvolvem-se na escola, outra parte o indivíduo desenvolve conforme a situação em que vive.
Ele observou que o ensino escolar prioriza os recursos, os conhecimentos disciplinares e não há a preocupação de associar o conteúdo aprendido às situações da vida. A tendência atual para capacitação está baseada em duas constatações: - a transferência e a mobilização das capacidades e dos conhecimentos precisam ser trabalhados e treinados; - na escola se trabalha de forma deficiente a transferência e a mobilização, o treinamento é insuficiente para quem freqüenta as escolas por poucos anos.
Segundo Perrenoud, as competências que os alunos devem adquirir é uma escolha da sociedade, que deve ser baseada em um conhecimento amplo e atualizado das práticas sociais, partindo da análise de situações, da ação, e disso derivar conhecimentos. Há uma tendência em ir rápido demais ao reformular os programas tradicionais, o que implica em verter antigos conteúdos em uma nova nomenclatura.
Ele critica o atual sistema educacional e sugere a diminuição de peso dos conteúdos disciplinares e uma avaliação formativa e certificativa orientada para competência.
O professor dever mudar sua prática trabalhando por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a utilizarem seus conhecimentos. Quanto às qualidades do professor, além das competências técnicas, ele deve ser capaz de identificar e valorizar suas próprias competências, amar o saber pelo saber e ter uma postura reflexiva: capacidade de observar, de regular, de inovar e de aprender com os outros.
As disciplinas não devem ser extintas de imediato e sim reformadas tanto no ensino primário como no secundário, dando tempo para o desenvolvimento de projetos e deve ser feita a avaliação da competência, seguindo os princípios de Wiggins.
Perrenoud afirma que essa mudança, por se tratar de uma revolução cultural, levará anos para ser concluída.
Quanto a essa reforma do ensino no Brasil, Perrenoud mostra-se receoso perante as dificuldades de escolarização de crianças e adolescentes e da formação de professores qualificados em todas as regiões frente à disparidade da desigualdade social, porém pode aumentar o sentido de trabalho escolar e modificar a relação com o saber; favorecer as aproximações construtivistas, a avaliação formativa, a pedagogia diferenciada, que pode facilitar a assimilação ativa dos saberes. Atingindo o objetivo de democratizar o acesso ao saber.
O resumo acima pertenca à Cristiana Varanda
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirGostei muito da entrevista com Philippe Perrenoud sobre a arte de construir competências. Ele fala que o objetivo da escola não deve ser só passar conteúdos, mas preparar todos para a vida em uma sociedade moderna, e explica que competência, termo a que se refere, é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades,informações, etc) para solucionar com competência e eficácia uma série de situações, ou seja, juntar saberes e colocar na prática. A escola não tem a preocupação de ligar os recursos das disciplinas à certas situações da vida, ficam bitoladas a sequencia do curso, e para esta mudança é preciso a conscientização geral de professores, alunos e a sociedade como todo. As competências fundamentais para esta autonomia das pessoas é saber identificar, avaliar e valorizar suas possibilidades, seus limites e suas necessidades, saber formar e conduzir projetos, desenvolver estratégias, individual ou em grupo, analisar situações, cooperar, partilhar liderança, gerenciar e superar conflitos, conviver com regras e eleborá-las, construir normas de convivência e para isto, seria necessário a diminuição do peso dos conteúdos disciplinares e implementar esta metodologia de não só dar conhecimento mas sim também preparar pessoas para as situações da vida. Cabe principalmente conscientizar os professores que eles não devem ser apenas alguem que ama o saber pelo saber, e sim dar ferramentas para despertar interesse e curiosidade, e daí fluir o aprendizado de forma mais eficaz e realista.
Em minha opinião esta entrevista foi bastante explicativa e informativa no que diz respeito a este novo conceito de competência, em como desenvolvê-las e qual a postura do professor em sala de aula. Eu particularmente não entendia em qual o melhor método de ensino utilizados pelas escolas, na hora de escolher uma delas para meus filhos, e hoje, através desta disciplina e entrevista sei o quanto é importante um método adequado. Ainda bem que meus filhos estão numa escola construtivista, por acaso, pois não entendia, e hoje sei exatamente o seu significado. Talvez não seja um método perfeito, mas com certeza uma nova visão e uma nova tentativa de modernizar algo tão arcaico e enrraizado em nossa cultura que nos fazem ficar cegos à novas experiências. Acredito que é possível desenvolver competências. Primeiramente vem a habilidade natural de cada um que podem ser desenvoldidas com novas técnicas, dando novos horizontes e aperfeiçoamento, mas é preciso ter uma mente aberta, querer mudar, pois só assim poderemos ser capazes de transformar.Pena que na minha época não existia isso, era o método tradicional, mas estou tendo a oportunidade de conhecer agora na prática através das aulas do professor Vilaça, e vejo que este método realmente funciona, e hoje sou mais uma adepta deste modelo e terei a missão de repassar esta minha experiência com os outros afim de conscientizar e ajudar neste processo de transformação.
Lilian Moury
Para Felipe Perrenoud- Competência- é um conjunto de recursos cognitivo aonde o saber, a capacidade e a informação fazem parte da definição. Para o ele, competência é um conceito pedagógico, aonde ele cria uma nova essência da palavra. Aonde os contextos culturais profissionais e as condições social de cada individuo fazem parte de sua competência.
ResponderExcluirAs competências são construídas com a prática. Praticando o exercício a pessoa vai adquirindo mais experiência, vai aprendendo mais, aonde surge o desenvolvimento das suas competências. O professor tem que ser capaz de identificar e valorizar suas próprias competências. È preciso ter uma postura reflexiva, para observar, inovar, aprender com os próprios alunos. A troca de competências é fundamental para o aprendizado do aluno.
Competência também tem haver com transferência de conhecimento, aonde é preciso ligar os contextos sociais, culturais e profissionais. Competência também é adquirida dentro da escola, outras não. Por isso é necessário trabalhar e treinar os conhecimentos básicos.
Rafaela Queiroz
Fhillippe, relata em sua entrevista que competencia, é a mobilização de recursos adquiridos no cotidiano (saberes, capacidades, informacões), onde esses solucionam uma serie de situações.
ResponderExcluirFica bem claro que o ensino tradicional, nao capacita para situações da vida, ou seja, deve haver uma dosagem. Ex: estudar matemática, só pra fazer uma prova e passar de ano, sem nenhum sentido pra vida, bem isso nao é ensino adequado. Mas o profissional, só irá desenvolver as tecnicas de competencias, se o mesmo se o mesmo valorizar suas próprias competencias dentro de sua profissão.
É possível sim, desenvolver técnicas de competências no ensino, basta que o professor, seja um facilitador do aprendizado, procurando sempre com o aluno a descobrir o que o mundo tem de oferecer e saber agir diante as situações.
Joelma Fragoso
A arte de construir competências é o tema de uma entrevista realizada com Philippe Perrenoud, realizada pela revista Nova Escola em setembro de 2000.
ResponderExcluirNo primeiro trecho da entrevista Perrenoud fala sobre o que é competência e para ele esta, é um conjunto de saberes, capacidades, informações para solucionar diversas situações. O que, mas me chamou atenção é quando ele diz que os seres humanos não vivem todas as mesmas situações e é por isso que essas competências elas se desenvolvem de acordo com o mundo que cada um vive. Como ele dá o exemplo dos ricos e dos pobres quando se sabe que estes possuem problemas diferentes.
Já no segundo trecho da entrevista o foco é a competência na educação onde Perrenoud destaca que ao longo dos estudos aprende-se a ler, a escrever, a contar, a explicar algo, conhecer disciplinas como: matemática, geografia, português entre outras maneiras de se educar e transferir conhecimentos. Mas a maneira de como é transmitidos esses conhecimentos é que não permite que os alunos utilizem seus conhecimentos em situações reais. Nos dias atuais é realmente preciso que esses saberes possam ser utilizados no dia a dia desses alunos, concordo que é importante alguns conhecimentos básicos, mas também acho que muito conteúdo não vai ser suficiente e eficaz para um aluno utilizar em algumas situações de sua vida.
No que diz respeito ao que o professor deve fazer para modificar sua prática de ensino Perrenoud diz que é preciso estimular os alunos com trabalhos que despertem interesse pelo aprendizado. Que não é somente ensinar por ensinar e sim trabalhar em cima de uma pedagogia mais ativa que venha agregar valores para os alunos. Portanto seria necessário que os professores repensassem sobre sua metodologia adotando alguns recursos.
Perrenoud também ressalta que para empregar as disciplinas dentro deste novo contexto não será necessário renunciá-las, mas deixar espaços que favoreçam as atividades de integração. Como o foco é no processo de aprendizagem e de como aplicá-las no dia a dia, os resultados dessas mudanças poderão levar anos para dar frutos visíveis então faz – se necessário colocá-las em operação, não somente nos textos, mas também no espírito e nas práticas que venha a facilitar a assimilação ativa dos saberes.
Dayanne Michelle
Competência é a ação de solucionar situações com eficiência e eficácia utilizando meios disponíveis como informação, capacidade, conhecimento, iniciativa, percepção, etc. As pessoas desenvolvem competências diferentes de acordo com suas experiências, habilidades e necessidades. Muitas dessas competências se desenvolvem na escola, o objetivo desta deveria ser preparar o aluno para a vida em sociedade e não apenas repassar conteúdo teórico sem aplicabilidade no dia a dia.
ResponderExcluirO processo educacional tradicional consiste em repassar conteúdos, onde os alunos estudam para passar no próximo ano, mas não aprendem a desenvolver competências para aplicar o que aprenderam em situações reais e em curto prazo. Para Phillipe Perrenoud a escola deveria preparar o aluno para a vida social, fazer com este agisse com mais autonomia em suas atividades. Perrenoud diz que esse movimento de construção de competências é internacional, porém há uma diferença muito grande entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos, portanto há muitos obstáculos a serem vencidos. Ele também afirma que o aprendizado focado na construção de competências é um projeto que dará resultado a longo prazo.
A entrevista é bastante complexa, a mudança de metodologia educacional tradicional para a educação focada no desenvolvimento de competências, apesar de ser um movimento internacional requer um tempo para se concretizar, bem como encontrará certa resistência por parte de alguns gestores de educação e professores, uma vez que destes será exigida cada vez mais qualificação.
Acredito nesse método de ensino, pois a aplicação da teoria em situações do cotidiano me parece a melhor forma de ensinar e aprender. Espero que essa conscientização de que o método educacional atual não é eficiente como deveria ser faça com que a implantação da educação focada na construção competência se estabeleça.
Suely Silva
Philippe Perrenoud defende que o objetivo da escola não é passar conteúdos, mas visa à preparação do individuo para uma sociedade moderna. O termo competência tem recebido vários significados ao longo do tempo. Percebo que em certos momentos algumas palavras assumem o significado de paradigma, e isto tem ocorrido com as palavras: competências e habilidades, apesar de que atualmente parece haver uma idéia comum de competência.
ResponderExcluirSe observarmos o funcionamento das estruturas intrínsecas do processo educacional como um todo, perceberemos que a organização escolar estrutura-se em função das respostas dadas a estas perguntas, isto é, em torno da idéia da formação do sujeito para resolver situações-problemas do dia-a-dia, que envolvem diferentes graus de complexidade.
Identificamos varias conceitos de competências e a mais lógico seria a relacionado à capacidade de bem realizar uma tarefa, ou seja, de resolver uma situação complexa. Para isso, o sujeito deverá ter disponíveis os recursos necessários para serem mobilizados com vistas a resolver a situação na hora em que ela se apresente. Educar para competências é, então, ajudar o sujeito a adquirir e desenvolver as condições e/ou recursos que deverão ser mobilizados para resolver a situação complexa
Não se formará competências na escolaridade básica a menos que se exija competências no momento da certificação. A avaliação é o verdadeiro programa, ela indica aquilo que conta. É preciso, portanto, avaliar seriamente as competências. Mas isso não pode ser feito com testes com lápis e papel. Pode-se inspirar nos princípios de avaliação autêntica elaborada por Wiggins. Para ele a avaliação :
• não inclui nada além das tarefas contextualizadas ;
• diz respeito a problemas complexos ;
• deve contribuir para que os estudantes desenvolvam ainda mais suas competências ;
• exigir a utilização funcional dos conhecimentos disciplinares ;
• não deve haver nenhum constrangimento de tempo fixo quando da avaliação das competências ;
• a tarefa e suas exigências são conhecidas antes da situação de avaliação ;
• exige um certa forma de colaboração entre os pares ;
• leva em consideração as estratégias cognitivas e metacognitivas utilizadas pelos estudantes ;
• a correção não deve levar em conta o que não sejam erros importantes na ótica da construção de competências.
No Brasil ele retrata que devido a reprovação e o abandono o que poderá favorecer será as aproximações construtuvistas, a avaliação formativa, a pedagogia diferenciada, que pode facilitar a assimilação ativa dos saberes; pode colocar os professores em movimento, incitá-los a falar de pedagogia e a cooperar no quadro de equipes ou de projetos do estabalecimento escolar. Por isso, é sensato integrar desde já as abordagens por competências à formação &emdash; inicial e contínua &emdash; e à identidade profissional dos professores. Não nos esqueçamos que, no final das contas, o objetivo principal é democratizar o acesso ao saber e às competências. Todo o resto não é senão um meio de atingir esse objetivo.
Aldair França
Continua..
Resumo: Competências? De certo que tudo depende da definição que damos a esse conceito. Se entendermos por competência a capacidade de agir de uma forma relativamente eficaz em uma família de situações, sem dúvida aceitaremos que os professores possuem competências, mas acrescentaríamos com um pouco de desdém: acalmar a classe, estabelecer certa ordem, corrigir provas, dar uma orientação, ajudar um aluno em dificuldade, fazer com que os alunos trabalhem em grupos, explicar de novo uma noção mal compreendida, planejar um curso, dialogar com os pais dos alunos, mobilizá-los em torno de um projeto ou de um enigma, sancionar na medida adequada, conservar o sangue frio...Sem dúvida, essas diversas habilidades parecem necessárias, mas numerosos professores consideram-nas pouco "nobres" em função dos saberes disciplinares. Quanto mais avançamos no ensino médio e superior, mais o saber a ser ensinado passa a constituir o cerne da identidade do educador, mais os professores subestimam o saber para ensinar, reduzindo-o a uma mescla de bom senso, coerência, arte de se comunicar claramente. Por isso, as habilidades são mais reconhecidas se concebidas como a aplicação de saberes metodológicos, baseados nos saberes teóricos, como a didática das disciplinas ou a psicologia cognitiva. Esses saberes procedimentais não têm o prestígio das ciências ou da história, porém são saberes menos "vulgares" que as habilidades.
ResponderExcluirAldair França
Sobre a entrevista com Perrenoud acho deveras interessante a proposta dele em ver a escola como "treindadora de competências" uma vez que a criança ou o adolescente são carentes em um guia pelo mundo do conhecimento, digamos útil, que lhe será de algum valor ao sair da escola e for enfrentar os problemas que a vida o trará. O aluno, independente de sua idade, está em um primeiro momento disposto a aprender, isto é, sentado em frente a seu "professor" concedendo horas de seu dia para que lhe seja apresentado algo de novo, algo que seja interessante. Acho que observar desta forma permite ao educador traçar estratégias de ensino mais eficazes onde a absorção aumentará proporcionalmente à sensibilidade do professor no momento de receber de volta aquilo que foi apresentado em sala de aula.
ResponderExcluirOtto Duarte
Acho um assunto muito complexo, quando se trata de Educação, mas concordo em número e grau que o papel da escola não deveria ser apenas passar conhecimentos, mas trabalhar conteúdos que focasse a educação de um modo geral. Na minha opinião fazer um grandioso trabalho envolvendo pilares importantes na formação de um cidadão como a família, escola e uma formação religiosa, acho a religião independente da denominação um ponto relevante na formação de um cidadão. Outro ponto fundamental para se construir competências é supervalorizar um professor do ensino fundamental que é responsável pela base de toda uma formação profissional, assim como se valoriza um médico, um engenheiro etc, até porque, para se chegar a ser um profissional de qualquer outra área passe-se pelo ensino fundamental cuja responsabilidade está na competência e habilidade do professor, profissional esse tão desvalorizado no campo profissional. Então para se ter um bom resultado na qualidade da educação e na formação acadêmica de um cidadão (ser humano) é supervalorizar aquele professor de base, carregando esse profissional de recursos, principalmente financeiro, (um bom salário) para que ele se sinta motivado a trabalhar com dedicação. Sei que existe muitos profissionais na área de educação sem a devida competência (saberes, capacidades , informação) mas há uma falta de recursos, de investimentos muito grande nessa área, falta uma política educacional competente, para que os professores possam através da motivação, desenvolver ou até mesmo buscar competências para trabalhar em sala de aula buscando essa troca de conhecimentos adaptadas ao seu mundo e ao mundo dos alunos, usar recursos ligados a situações da vida, colocar os alunos em sinergia com as situações complexas reais.
ResponderExcluirEntão enquanto não houver uma supervalorização no ensino fundamental começando com o reconhecimento e valorização do professor de base. não poderá acontecer essa mudança, ficará difícil de fazer um trabalho com todos esses recursos didáticos/pedagógicos modernos tão importante no desenvolvimento geral do ser humano. O importante na vida não é ter uma profissão, não é acumular saberes, é saber usá-los no momento adequado, saber ser um profissional e trabalhar o que aprendeu nas situações reais, no trabalho, na família, no ambiente onde vive ( sociedade). Para construir competências requer tempo. Como diz Philippe Perrenoud a transferência e a mobilização das capacidades e dos conhecimentos não caem do céu, é preciso trabalhá-las e treiná-las, isso exige tempo, treinamento, etapas didáticas e situações apropriadas, é ai a importância de recursos e uma política educacional adequada.
Vania de Lira
Philippe Perrenoud – A arte de construir competências
ResponderExcluirEm uma entrevista realizada pela revista Nova Escola, Perrenoud diz que competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações. Exemplos: saber orientar-se em uma cidade desconhecida, saber curar uma criança doente, saber votar de acordo com seus interesses.
Ele diz também que outras competências estão ligadas a contextos culturais, profissionais e condições sociais. Os seres humanos não vivem todos as mesmas situações. Eles desenvolvem competências adaptadas a seu mundo. Algumas competências se desenvolvem em grande parte na escola, outras não.
Quando a escola se preocupa em formar competências, em geral dá prioridade a recursos. Durante a escolaridade básica, aprende-se a ler, a escrever, a contar, mas também a raciocinar, explicar, resumir, observar, comparar, desenhar e dúzias de outras capacidades gerais. Mas a escola não tem a preocupação de ligar esses recursos a certas situações da vida. Quando se faz referência a vida, apresenta-se um lado muito global: aprende-se para se tornar um cidadão, para se virar na vida, ter um com bom trabalho, cuidar da sua saúde.
A onda atual de competências está ancorada em duas constatações: 1. A transferência e a mobilização das capacidades e dos conhecimentos não caem do seu. 2. Na escola não se trabalha suficientemente a transferência e a mobilização não se dá tanta importância a essa prática. Isso não é dramático para quem faz estudos longos. É grave para quem freqüenta a escola somente por alguns anos. A abordagem por competência é uma maneira de levar a sério, em outras palavras, uma problemática antiga, aquela de transferir conhecimentos.
A descrição de competências deve partir da análise de situações, da ação, e disso derivar conhecimentos. O que sabemos verdadeiramente das competências que têm necessidade, no dia-a-dia, um desempregado, um imigrante, um portador de deficiência, uma mãe solteira, um dissidente, um jovem da periferia? Se o sistema educativo não perder tempo reconstruindo a transposição didática, ele não questionará as finalidades da escola e se contentará em verter antigos conteúdos dentro de um novo recipiente.
É interessante quando Perrenoud diz que, se seu país confronta-se com o desafio de escolarização de crianças e adolescentes e da formação de professores qualificados em todas as regiões. E também uma desigualdade frente à escola, com a reprovação e o abandono. A abordagem por competências não vai resolver magicamente esses problemas. Somente as estratégias sistêmicas são defensáveis. Entretanto, não vamos negligenciar três suportes da abordagem por competências, caso ele atenda suas ambições: ela pode aumentar o sentido de trabalho escolar e modificar a relação com o saber dos alunos em dificuldade; favorecer as aproximações construtivistas, a avaliação formativa, a pedagogia diferenciada, que pode facilitar a assimilação ativa dos saberes; pode colocar os professores em movimento, incitá-los a falar de pedagogia e a cooperar no quadro de equipes ou de projetos do estabelecimento escolar. Por isso, é sensato integrar desde de já as abordagens por competência à formação – inicial e contínua – e à identidade profissional dos professores. Não nos esqueçamos que, no final das contas, o objetivo principal é democratizar o acesso ao saber e as competências. Todo o resto não é senão um meio de atingir esse objetivo.
Giselle Galvão.
Perrenoud é um sociólogo suiço que é atualmente um dos autorez mais lidos no Brasil. O seu mérito está em falar de forma bem clara sobre tema como formação, avaliação, pedagogia diferenciada, desenvolvimento de competências. Durante a entrevista ele discorre sobre como desenvolver competências, competências na educação, que competências devem ser atingidas ao término do ensino médio, etc. Sempre traduzi o termo competência como a capacidade de realizar determinada tarefa. A entrevista expandiu este conceito, tornou-me consciente dos aspectos cognitivos que estão envolvidos para cada situação. Acredito que é possível desenvolver competências para ensinar se a pessoa em questão realmente quiser isto: se ela se sentir bem com a tarefa de ensinar, encontrar um sentido maior. Quanto ao aspecto do debate em sala de aula, sou totalmente a favor. Quando cada pessoa expõe a sua opinião sobre determinado assunto, o grupo passa a ter uma visão maior, mas aprofundada. Edineide Coelho
ResponderExcluirCorrigindo: autores - linha 2. Edineide Coelho
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